terça-feira, 28 de dezembro de 2010

CARTILINÁRIA AOS TRAIDORES

Por toda a parte, em todos os campos da vida brasileira, vai ficando evidente que o Governo Lula faz algo ainda mais grave que administrar mal o país. A frustração provocada pela traição aos seus compromissos de mudança e a continuidade – quando não o aprofundamento – do modelo econômico e das práticas políticas que o povo pensava ter sepultado nas urnas está se expressando da maneira mais dramática na radicalização dos movimento sociais, na violência, na descrença e numa espécie de vale-tudo que só leva o Brasil aos perigos de um retrocesso.

Vai ficando claro para o povo brasileiro que, deste Governo, não veio nem virá nada capaz de mudar para melhor a situação do País e da população. Ao contrário, o que vem é cada vez mais arrocho, mais desemprego, mais insensibilidade social – vejam o salário mínimo - e, como muitos já perceberam, mais crises, porque amplia-se continuadamente a dependência à financias internacionais e aos seus ciclos de especulação.

Os movimentos políticos e sociais, fontes legítimas de pressão capazes de mudar estes caminhos estão aí , confusos , debilitados, alguns deles mesmos desacreditados pelos anos a fio em que o PT os tornou simples correias de transmissão de seus interesses eleitorais .

A juventude, os servidores, os aposentados, os sindicatos, todos olham perplexos a descarada conversão de Lula e do PT à cartilha neoliberal e, como mostram as vaias que Oe ex-operário metalúrgico levou até de seus ex-colegas de São Bernardo do Campo, já não confiam ou esperam mudanças.

O projeto de poder e de continuidade, adotado com tanta empáfia e auto-suficiência no inicio deste governo vai sendo erodido pelos fatos, pela crise, pelas frustrações populares. O PT que se considerava dono de um e mais outro mandato jaz olha com pavor pra simples eleições municipais.

E o pior, já se desenha a ressurreição do próprio Fernando Henrique Cardoso, cuja infame memória o povo brasileiro pensava ter sepultado ao votar em Lula e em mudanças que, afinal, foram o contrário do que esperava a Nação.

Planejam, portanto, restringir a escolha do comando do país a uma disputa entre o traidor de ontem e o traidor de hoje, entre o mal e a desgraça, entre o diabo e o “coisa ruim”, para que o inferno sempre vença. Afinal, ao governar tal e qual FHC , Lula revelou-se, além de frustrante, um inePTo e incomPeTente, cercado de neófitos despreparados e ambiciosos. Em tudo se parecem, até na enxurrada de medidas provisórias que editam, mesmo tendo ambos, à custa de cargos e favores, avassalado o Congresso.

A oposição popular da qual o PT se considerava dono e proprietário, assiste, desarticulada este projeto das trevas. O povo brasileiro precisa – e já- começar construir um caminho que represente uma alternativa a esta derrota anunciada dos seus sonhos de progresso e de justiça. É certo que estes milhões de pessoas simples, honradas e sofridas que viram a esperança virar frustração não mereciam mais esta traição. Mas a história não pára e processo social, que os pretensiosos crêem poder manipular, vai acabar por apontar os rumos que o povo brasileiro vai seguir em busca do destino que traidor algum será capaz de tirar desta Nação.

LEONEL BRISOLA

PRESIDENTE NACIONAL DO PDT

INFORME PUBLICITÁRIO DO PDT/F.A.P.

PUBLICADO EM 29 DE ABRIL DE 2004

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Ministro mantém impugnado o registro candidato a reeeliçao de Belinati e abre brecha pra que Ele volte a prefeitura

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Marcelo Ribeiro manteve a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) que indeferiu o registro de candidatura de Belinati ao cargo de deputado estadual. O ministro considerou que o candidato se encontra inelegível com base na chamada Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/2010), por ter sofrido condenação por prática de improbidade administrativa em ação civil pública.

Na ação civil pública, Antônio Belinati foi condenado a perder toda a remuneração que teria recebido indevidamente como membro do Conselho Fiscal da Companhia Municipal de Urbanização de Londrina – COMURB, entre dezembro de 1994 e maio de 1996, enquanto era deputado estadual. Na sentença, mantida pelo Tribunal de Justiça do Paraná, Belinati teve os direitos políticos suspensos por oito anos e foi condenado a ressarcir integralmente o dano e a devolver aos cofres públicos da COMURB ou de Londrina os valores recebidos de forma irregular. “O acórdão não só manteve a sentença, como enfatizou o caráter antiético, desonesto e imoral do ato de receber das duas fontes. Além disso, é mais do que evidente que o recebimento indevido, se causa, de um lado, lesão ao erário, acarreta, na outra ponta, enriquecimento indevido daquele que recebeu”, afirmou o ministro Marcelo Ribeiro sobre a sentença proferida contra Belinati nesta primeira ação.

O ministro Marcelo Ribeiro afastou, no entanto, a inelegibilidade de Belinati em relação à prestação de contas que apresentou enquanto prefeito de Londrina. O ministro informou que, pelos autos do processo, o Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR) reformou seu acórdão, que antes considerava irregulares as contas de convênio no valor de R$ 150 mil firmado entre o DER e o município de Londrina em 1999, para julgar regulares as contas com ressalvas.

Em uma segunda ação civil, o Tribunal de Justiça do Paraná manteve contra Antônio Belinati a decisão de primeira instância que o condenou por uso de recursos públicos em benefícios de particulares. Isto porque, enquanto prefeito de Londrina (PR), Belinati teria ordenado despesa não autorizada por lei, no caso o pagamento de gratificação a jogadores de futebol.

Com relação a essa sentença mantida pelo TJ-PR, o ministro Marcelo Ribeiro também afastou a inelegibilidade de Belinati, por entender que a lei eleitoral exige que exista, de modo concomitante, a lesão ao erário público e o enriquecimento ilícito, pois considerou não existir o último requisito.

domingo, 31 de outubro de 2010

A 1ª mulher presidente do Brasil é corrupta,

On Sunday 31st October 2010, said:

T R I S T E!

Não me preparei piscologicamente p/ este momento.

A 1ª mulher presidente do Brasil é corrupta, com passado inconfessável e aliados da pior espécie. Mente deliberadamente e dificilmente manterá os compromissos de campanha, a exemplo do partido que a colocou no poder.

Eleger uma mulher como Dilma para ser a 1ª na presidência, em vez de me dar a sensação de vitória da mulher, mais me parece um retrocesso, lamentavelmente.

Não me sinto representada pela mulher Dilma; a mulher brasileira que melhor me representa é aquela que trabalha de sol a sol, honestamente, para criar seus filhos com dignidade, muito distante de Erenice que, em vez de chefe de família, mais parece chefe de quadrilha.

A continuidade da imoralidade no poder é realmente muito triste para qualquer brasileiro decente.

por Liz Bittar em 31/10/2010 às 20:03hs

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Além do arco-íris

por Míriam Leitão e Alvaro Gribel -
29.10.2010
O Brasil descobriu petróleo no pré-sal nos anos 50 e já o explora há décadas. O que houve agora foi a descoberta de grandes reservas, mas nem todo produto é de boa qualidade. A produção iniciada em Tupi é mínima perto do total extraído no Brasil. Principalmente é falsa a ideia de que o pré-sal é a solução mágica que garante o futuro. O governo faz confusão proposital quando o assunto é petróleo.

A excessiva politização do tema está criando mitos e passando para o país a ideia de que agora ganhamos na loteria, um bilhete premiado, que vai produzir dinheiro abundante que resolverá todos os nossos problemas. Isso reforça a tendência a acreditar na quimera, no “deitado em berço esplêndido”, que tem feito o país perder chances e assumir riscos indevidos.

A primeira descoberta de petróleo no pré-sal do Brasil foi em 1957 no campo de Tabuleiro dos Martins, em Maceió. A segunda foi em Carmópolis, em 1963. Ainda hoje se produz petróleo nos dois campos: no segundo, 30 mil barris por dia. O campo de Badejo, na Bacia de Campos, também fica na camada do pré-sal. Ele foi descoberto em 1975. Os dados contrariam o marketing do “nunca antes” e que esse petróleo é o “passaporte para o futuro”, como tem dito a candidata Dilma Rousseff.

Há produção de petróleo em campos de pré-sal no mundo inteiro. No Golfo do México, no Oriente Médio, no oeste da África, no mar do Norte. Um dos mais famosos é o de Groningen, na Holanda, descoberto pela Shell em 1959. Ainda hoje se tira petróleo de lá.

— O pré-sal invenção brasileira é uma distorção de marketing inventado pelos políticos do governo com apoio dos ideólogos da Petrobras e da ANP — explica o ex-diretor da Petrobras, Wagner Freire.

O Brasil produz hoje dois milhões de barris de petróleo por dia. Na melhor estimativa, a produção do pré-sal chegará a esse volume daqui a cinco anos. A exploração definitiva do campo de Tupi, que começou ontem, mas que na verdade ainda se encontra na fase de testes, foi de 14 mil barris, cerca de 0,7% da produção atual. A projeção é que em 2012 produza 100 mil.

— Na rodada zero de licitações, em 1998, a ANP permitiu que a Petrobras escolhesse todos os campos que gostaria de explorar. Ela não quis as áreas do pré-sal. Na época, o barril do petróleo custava em torno de US$ 15. Por esse preço, a exploração era inviável pelos custos e dificuldades. Hoje, o petróleo está cotado a US$ 80. É por isso que a produção começou a valer a pena — lembra o consultor Adriano Pires.

O campo de Tupi foi licitado para a Petrobras e outras empresas privadas no ano 2000, como resultado da segunda rodada da ANP. Em 2007, foi comprovado que havia petróleo e, diante dos indícios de grandes reservas 47, blocos do pré-sal foram retirados da competição.

Até agora ainda não se sabe quais são as reservas de Tupi. A Petrobras afirma que existem de 5 a 8 bilhões de barris. Mas a certificadora Gaffney, Cline & Associates, que foi contratada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) para analisar o campo, estimou um volume menor: de 2,6 bilhões de barris. Quem está certo? Ninguém sabe. É preciso fazer mais prospecção.

O relatório da Gaffney também diz que um dos campos de pré-sal, o de Júpiter, tem óleo pesado, ou seja, com menor qualidade, explica Wagner Freire. O gás possui 79% de CO2 e o petróleo é de 18° de API. O petróleo do tipo Brent e WTI, que são referência no mundo, possuem API acima de 30°. Quanto mais alta essa medida, mais leve é o petróleo, ou seja, dele se retira maior volume dos derivados mais valorizados. O petróleo que hoje se extrai no Brasil é de 20° a 22°. Tupi é um pouco melhor, 26°, mas ainda assim não chega ao nível do Brent e do WTI.

O fato de ter alto teor de CO2 no gás em Júpiter é um complicador. Se o CO2 for para a atmosfera, aumentará muito as emissões de gases de efeito estufa do Brasil.

Todo brasileiro admira a capacidade da Petrobras, provada ao longo de cinco décadas, de encontrar petróleo, desenvolver tecnologias e produzir em águas profundas. Mas a propaganda tem distorcido tudo, como se houvesse uma Petrobras velha e uma nova, do PT.

Não é verdade também que antes o petróleo brasileiro era carne de pescoço e agora acharam filé. Temos no Brasil óleos mais leves, ou seja filé mignon, em poços como os do Espírito Santo. O de Urucu na Bacia do Solimões é leve e sem enxofre, melhor que o Brent. E tem petróleo leve e pesado no pré-sal.

A Gaffney, que fez o estudo para a ANP, concluiu que todas as reservas do pré-sal juntas têm potencial de 15 a 20 bilhões de barris. Isso é uma boa notícia porque significa dobrar as reservas provadas do Brasil, que em 31 de dezembro de 2009 estavam em 15,2 bilhões. Poderíamos chegar a 35 bilhões e ganharíamos cerca de seis posições no ranking mundial de países com potencial para explorar petróleo, saltaríamos do 16º lugar para 10º, ao lado da Nigéria. Ainda assim, estaríamos longe de países como Arábia Saudita, com 314 bilhões de barris em reservas; Irã, com mais de 138 bilhões; Iraque, 115 bilhões; Kuwait, com 113 bilhões. Não seríamos também o primeiro da América do Sul porque a Venezuela tem mais de 99 bilhões de reservas comprovadas.

Há dificuldades técnicas nada desprezíveis para a produção desse petróleo em larga escala.

— Para se ter ideia, o campo de Roncador, que é no pós-sal, e foi descoberto em 1996, com três bilhões de barris de reservas, ainda não tem seu plano de desenvolvimento completo. E o desenvolvimento e a operação do pré-sal são mais complexos e mais caros — diz Freire.

Não existe um pote de ouro depois do arco-íris que vai resolver todos os nossos problemas. Ainda não inventaram um passaporte para o futuro que não seja trabalhar muito, poupar mais, investir sempre e, principalmente, educar a população.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Carta para o Chico Buarque

José Danon

Chico, você foi, é e será sempre meu herói. Pelo que você foi pelo que você é e pelo que creio que continuará sendo. Por isso mesmo, ao ver você declarar que vai votar na Dilma “por falta de opção”, tomei a liberdade de lhe apresentar o que, na opinião do seu mais devoto e incondicional admirador, pode ser uma opção.

Eu também votei no Lula contra o Collor. Tanto pelo que representava o Lula como pelo que representava o Collor. Eu também acreditava no Lula. E até aprendi várias coisas com ele, como citar ditos da mãe. Minha mãe costumava lembrar a piada do bêbado que contava como se tinha machucado tanto. Cambaleante, ele explicava: “Eu vi dois touros e duas árvores, os que eram e os que não eram. Corri e subi na árvore que não era aí veio o touro que era e me pegou.” Acho que nós votamos no Lula que não era aí veio o Lula que era e nos pegou.

Chico, meu mestre, acho que nós, na nossa idade, fizemos a nossa parte. Se a fizemos bem feita ou mal feita, já é uma outra história. Quando a fizemos, acreditávamos que era a correta. Mas desconfio que nossa geração não foi tão bem-sucedida, afinal. Menos em função dos valores que temos defendido e mais em razão dos resultados que temos obtido. Creio que hoje nossa principal função será a de disseminar a mensagem adequada aos jovens que vão gerenciar o mundo a partir de agora. Eles que façam mais e melhor do que fizemos, principalmente porque o que deixamos para eles não foi grande coisa. Deixamos um governo que tem o cinismo de olimpicamente perdoar os “companheiros que erraram” quando a corrupção é descoberta.

Desculpe, senhor, acho que não entendi. Como é mesmo? Erraram? Ora, Chico. O erro é uma falha acidental, involuntária, uma tentativa frustrada ou malsucedida de acertar. Podemos dizer que errou o Parreira na estratégia de jogo, que erramos nós ao votarmos no Lula, mas não que tenham errado os zésdirceus, os marcosvalérios, os genoinos, dudas, gushikens, waldomiros, delúbios, paloccis, okamottos, adalbertos das cuecas, lulinhas, beneditasdasilva, burattis, professoresluizinhos, silvinhos, joãopaulocunhas, berzoinis, hamiltonlacerdas, lorenzettis, bargas, expeditovelosos, vedoins, freuds e mais uma centena de exemplares dessa espécie tão abundante,desafortunadamente tão preservada do risco de extinção por seu tratador. Esses não erraram. Cometeram crimes. Não são desatentos ou equivocados. São criminosos. Não merecem carinho e consolo, merecem cadeia.

Obviamente, não perguntarei se você se lembra da ditadura militar. Mas perguntarei se você não tem uma sensação de déjà vu nos rompantes de nosso presidente, na prepotência dos companheiros, na irritação com a imprensa quando a notícia não é a favor. Não é exagero, pergunte ao Larry Rother do New York Times, que, a propósito, não havia publicado nenhuma mentira. Nem mesmo o Bush, com sua peculiar e texana soberba, tem ousado ameaçar jornalistas por publicarem o que quer que seja. Pergunte ao Michael Moore. E olhe que, no caso do Bush, fazem mais que simples e despretensiosas alusões aos seus hábitos ou preferências alcoólicas no happy hour do expediente.

Mas devo concordar plenamente com o Lula ao menos numa questão em especial: quando acusa a elite de ameaçá-lo, ele tem razão. Explica o Aurélio Buarque de Hollanda, seu tio, que elite, do francês élite, significa “o que há de melhor em uma sociedade, minoria prestigiada, constituída pelos indivíduos mais aptos”. Poxa! Na mosca. Ele sabe que seus inimigos são as pessoas do povo mais informadas, com capacidade de análise, com condições de avaliar a eficiência e honestidade de suas ações. E não seria a primeira vez que essa mesma elite faz esse serviço. Essa elite lutou pela independência do Brasil, pela República, pelo fim da ditadura, pelas diretas-já, pela defenestração do Collor e até mesmo para tirar o Lula das grades da ditadura em 1980, onde passou 31 dias. Mas ela é a inimiga de hoje. E eu acho que é justamente aí que nós entramos.

Nós, que neste país tivemos o privilégio de aprender a ler, de comer diariamente, de ter pais dispostos a se sacrificar para que pudéssemos ser capazes de pensar com independência, como é próprio das elites – o que, a propósito, não considero uma ofensa -, não deveríamos deixar como herança para os mais jovens presentes de grego como Lula, Chávez, Evo Morales, Fidel – herói do Lula, que fuzila os insatisfeitos que tentam desesperadamente escapar de sua “democracia”. Nossa herança deveria ser a experiência que acumulamos como justo castigo por admitirmos passivamente ser governados pelo Lula, pelo Chávez, pelo Evo e pelo Fidel, juntamente com a sabedoria de poder fazer dessa experiência um antídoto para esse globalizado veneno. Nossa melhor herança será o sinal que deixaremos para quem vem depois, um claro sinal de que permanentemente apoiaremos a ética e a honestidade e repudiaremos o contrário disto. Da mesma forma que elegemos o bom, destronamos o ruim, mesmo que o bom e o ruim sejam representados pela mesma pessoa em tempos distintos.

Assim como o maior mal que a inflação causa é o da supressão da referência dos parâmetros do valor material das coisas, o maior mal que a impunidade causa é o da perda de referência dos parâmetros de justiça social. Aceitar passivamente a livre ação do desonesto é ser cúmplice do bandido, condenando a vítima a pagar pelo malfeito. Temos opção. A opção é destronar o ruim. Se o oposto será bom, veremos depois. Se o oposto tampouco servir, também o destronaremos. A nossa tolerância zero contra a sacanagem evitará que as passagens importantes de nossa História, nesse sanatório geral, terminem por desbotarem na memória de nossas novas gerações.

Aí, sim, Chico, acho que cada paralelepípedo da velha cidade, no dia 3 de outubro, vai se arrepiar.

Seu admirador número 1,
Zé Danon

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sábado, 23 de outubro de 2010

Sem medo do passado

Carta aberta de Fernando Henrique Cardoso a Lula

O presidente Lula passa por momentos de euforia que o levam a inventar inimigos e enunciar inverdades. Para ganhar sua guerra imaginária, distorce o ocorrido no governo do antecessor, autoglorifica-se na comparação e sugere que se a oposição ganhar será o caos. Por trás dessas bravatas está o personalismo e o fantasma da intolerância: só eu e os meus somos capazes de tanta glória. Houve quem dissesse “o Estado sou eu”. Lula dirá, o Brasil sou eu! Ecos de um autoritarismo mais chegado à direita.
Lamento que Lula se deixe contaminar por impulsos tão toscos e perigosos. Ele possui méritos de sobra para defender a candidatura que queira. Deu passos adiante no que fora plantado por seus antecessores. Para que, então, baixar o nível da política à dissimulação e à mentira?
A estratégia do petismo-lulista é simples: desconstruir o inimigo principal, o PSDB e FHC (muita honra para um pobre marquês…). Por que seríamos o inimigo principal? Porque podemos ganhar as eleições. Como desconstruir o inimigo? Negando o que de bom foi feito e apossando-se de tudo que dele herdaram como se deles sempre tivesse sido. Onde está a política mais consciente e benéfica para todos? No ralo.
Na campanha haverá um mote – o governo do PSDB foi “neoliberal” – e dois alvos principais: a privatização das estatais e a suposta inação na área social. Os dados dizem outra coisa. Mas os dados, ora os dados… O que conta é repetir a versão conveniente. Há três semanas Lula disse que recebeu um governo estagnado, sem plano de desenvolvimento. Esqueceu-se da estabilidade da moeda, da lei de responsabilidade fiscal, da recuperação do BNDES, da modernização da Petrobras, que triplicou a produção depois do fim do monopólio e, premida pela competição e beneficiada pela flexibilidade, chegou à descoberta do pré-sal.
Esqueceu-se do fortalecimento do Banco do Brasil, capitalizado com mais de R$ 6 bilhões e, junto com a Caixa Econômica, libertados da politicagem e recuperados para a execução de políticas de Estado.
Esqueceu-se dos investimentos do programa Avança Brasil, que, com menos alarde e mais eficiência que o PAC, permitiu concluir um número maior de obras essenciais ao país. Esqueceu-se dos ganhos que a privatização do sistema Telebrás trouxe para o povo brasileiro, com a democratização do acesso à internet e aos celulares, do fato de que a Vale privatizada paga mais impostos ao governo do que este jamais recebeu em dividendos quando a empresa era estatal, de que a Embraer, hoje orgulho nacional, só pôde dar o salto que deu depois de privatizada, de que essas empresas continuam em mãos brasileiras, gerando empregos e desenvolvimento no país.
Esqueceu-se de que o país pagou um custo alto por anos de “bravata” do PT e dele próprio. Esqueceu-se de sua responsabilidade e de seu partido pelo temor que tomou conta dos mercados em 2002, quando fomos obrigados a pedir socorro ao FMI – com aval de Lula, diga-se – para que houvesse um colchão de reservas no início do governo seguinte.Esqueceu-se de que foi esse temor que atiçou a inflação e levou seu governo a elevar o superávit primário e os juros às nuvens em 2003, para comprar a confiança dos mercados, mesmo que à custa de tudo que haviam pregado, ele e seu partido, nos anos anteriores.
Os exemplos são inúmeros para desmontar o espantalho petista sobre o suposto “neoliberalismo” peessedebista. Alguns vêm do próprio campo petista. Vejam o que disse o atual presidente do partido, José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobras, citado por Adriano Pires, no Brasil Econômico de 13/1/2010.
“Se eu voltar ao parlamento e tiver uma emenda propondo a situação anterior (monopólio), voto contra. Quando foi quebrado o monopólio, a Petrobras produzia 600 mil barris por dia e tinha 6 milhões de barris de reservas. Dez anos depois, produz 1,8 milhão por dia, tem reservas de 13 bilhões. Venceu a realidade, que muitas vezes é bem diferente da idealização que a gente faz dela”.
(José Eduardo Dutra)
O outro alvo da distorção petista refere-se à insensibilidade social de quem só se preocuparia com a economia. Os fatos são diferentes: com o Real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total. A pobreza continuou caindo, com alguma oscilação, até atingir 18% em 2007, fruto do efeito acumulado de políticas sociais e econômicas, entre elas o aumento do salário mínimo. De 1995 a 2002, houve um aumento real de 47,4%; de 2003 a 2009, de 49,5%. O rendimento médio mensal dos trabalhadores, descontada a inflação, não cresceu espetacularmente no período, salvo entre 1993 e 1997, quando saltou de R$ 800 para aproximadamente R$ 1.200. Hoje se encontra abaixo do nível alcançado nos anos iniciais do Plano Real.
Por fim, os programas de transferência direta de renda (hoje Bolsa-Família), vendidos como uma exclusividade deste governo. Na verdade, eles começaram em um município (Campinas) e no Distrito Federal, estenderam-se para Estados (Goiás) e ganharam abrangência nacional em meu governo. O Bolsa-Escola atingiu cerca de 5 milhões de famílias, às quais o governo atual juntou outras 6 milhões, já com o nome de Bolsa-Família, englobando em uma só bolsa os programas anteriores.
É mentira, portanto, dizer que o PSDB “não olhou para o social”. Não apenas olhou como fez e fez muito nessa área: o SUS saiu do papel à realidade; o programa da aids tornou-se referência mundial; viabilizamos os medicamentos genéricos, sem temor às multinacionais; as equipes de Saúde da Família, pouco mais de 300 em 1994, tornaram-se mais de 16 mil em 2002; o programa “Toda Criança na Escola” trouxe para o Ensino Fundamental quase 100% das crianças de sete a 14 anos. Foi também no governo do PSDB que se pôs em prática a política que assiste hoje a mais de 3 milhões de idosos e deficientes (em 1996, eram apenas 300 mil).
Eleições não se ganham com o retrovisor. O eleitor vota em quem confia e lhe abre um horizonte de esperanças. Mas se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Gemini- Privatização com tráfico de influência na Casa Civil

QUARTA-FEIRA, 13 DE OUTUBRO DE 2010

Carta Aberta ao Presidente Lula

Documento no Alerta Total - www.alertatotal.net

Por João Vinhosa

Excelentíssimo Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República:


Inegavelmente, a rápida e enérgica reação de V. Exª. diante do mais recente escândalo que abalou a Casa Civil da Presidência da República foi digna de elogios.

Tal reação – que livrou a Casa Civil de mais um ministro-chefe que se envolveu em atos não condizentes com a confiança depositada pelo povo brasileiro em seu governo – estimulou-me a trazer a seu conhecimento outro grave caso de tráfico de influência que contou com a participação de integrantes da Casa Civil.

Acontece, Excelência, que o caso ao qual me refiro é extremamente mais grave que outros polêmicos casos de tráfico de influência envolvendo a Casa Civil. Nem o caso do contrato da MTA com a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), nem o caso VarigLog e nem o caso do tráfico de influência na Receita Federal em benefício de um filho de Sarney provocaram tanto dano ao interesse público quanto o caso que passo a narrar.

Refiro-me ao tráfico de influência que viabilizou um autêntico crime de lesa-pátria, a constituição da empresa Gemini – sociedade por meio da qual a Petrobras entregou o cartório de produção e comercialização de gás natural liquefeito (GNL) a uma empresa privada de propriedade de um grupo norte-americano.

Antes de entrar no assunto que me traz à sua ilustre presença – tráfico de influência na Casa Civil – não posso deixar de ressaltar um fato igualmente preocupante: a constituição da Gemini foi uma afrontosa traição a todos aqueles que discordam da privatização do setor “petróleo e gás”, entre os quais, acredito, se inclui V. Exª.

Tal traição começou com a divisão acionária da Gemini: a Petrobras ficou com 40% das quotas e a empresa privada escolhida para sócia ficou com os restantes 60%.

Para piorar a situação, a Gemini contratou sua sócia majoritária para a prestação de todos os serviços necessários à produção, armazenamento e transporte do GNL aos consumidores, que se espalham num raio de mil quilômetros. Tal contrato foi feito a preços sigilosos e vigorará pela eternidade (em decorrência de cláusula de preferência contida em Acordo de Quotistas, vinculado ao Contrato Social da Gemini).

Dessa forma, a sócia majoritária da Gemini foi levada ao paraíso empresarial.

Paradoxalmente, incalculáveis lucros poderão ser auferidos pela sócia majoritária mesmo nas ocasiões em que a Gemini der prejuízo. Exemplo: um consumidor situado a grande distância da unidade de liquefação pode não ser lucrativo para a Gemini, mas ser extremamente lucrativo para a “transportadora sócia majoritária”, que faturará com o frete.

Assim sendo, tudo leva a crer que foi mais benéfico para a sócia majoritária ficar com 60% da Gemini do que ter ficado com a totalidade da empresa. Em outras palavras, não poderia haver maneira mais danosa de se privatizar o nosso gás natural liquefeito do que a maneira utilizada na Gemini.

Por certo, V. Exª., que conhece a força do poder, não pode ter qualquer dúvida que a ocorrência desse tipo espúrio de privatização só seria possível com um fortíssimo tráfico de influência.

A seguir, Excelência, eu passo a discorrer sobre a ligação do caso Gemini com a Casa Civil de seu governo.

Na realidade, eu não posso precisar o nome dos integrantes da Casa Civil que se encontram por trás dos atos que tornaram a empresa escolhida para sócia da Petrobras a grande beneficiária de nosso gás natural liquefeito.

Mais: não sei nem mesmo se o/a integrante da Casa Civil que colaborou com um ato tão lesivo ao interesse nacional é do nível daquele que diz ter encontrado na gaveta um envelope com R$ 200 mil, do nível de Waldomiro Diniz (que foi filmado achacando um empresário de jogos de azar) ou do nível de chefia, como os ex-ministros José Dirceu e Erenice Guerra. O que acredito é que a Polícia Federal – contando com a minha colaboração e com a determinação de V. Exª. – terá condições de apurar.

Como se sabe, a Gemini foi arquitetada no período em que Dilma Rousseff acumulava as funções de Ministra de Minas e Energia e Presidenta do Conselho de Administração da Petrobras. No mesmo período, Erenice Guerra era chefe da área jurídica do Ministério comandado por Dilma Rousseff.

Em decorrência da posição de comando por ela ocupada desde o início das negociações que culminaram com a constituição da Gemini, acusei Dilma Rousseff de ser (por ação ou omissão) a principal avalista da sociedade.

Em 2006, depois de uma suspeitíssima aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), a Gemini entrou em operação. Nessas alturas, Dilma Rousseff já era a Ministra-Chefe da Casa Civil, e continuava presidindo o Conselho de Administração da Petrobras, funções que acumulou até o início de 2010. Erenice Guerra, braço direito de Dilma, passou a ser a secretária-executiva da Casa Civil.

Diante dessa situação, encaminhei diversas correspondências denunciando a Gemini à Presidenta do Conselho de Administração da Petrobras Dilma Rousseff, utilizando seu endereço de trabalho, na Casa Civil da Presidência da República.

Três eram as principais denúncias contidas em citadas correspondências: 1 – as impressionantes vantagens obtidas pela empresa escolhida para ser a sócia da Petrobras; 2 – a incrível omissão dos agentes públicos nas oportunidades em que foram colocados a par das graves denúncias de favorecimento da sócia da Petrobras em detrimento do interesse nacional; 3 – o sintomático silêncio do sindicato dos petroleiros (Sindipetro) depois de ter, durante anos, denunciado a prática de corrupção explícita no caso Gemini.

É de se destacar que, entre as contundentes denúncias do Sindipetro, existe até uma elucidativa charge de uma mala de dinheiro contendo o nome da sócia da Petrobras.

Apesar das graves denúncias, Dilma Rousseff não se manifestou.

Pasme, Presidente Lula: o sintomático silêncio da Presidenta do Conselho de Administração da Petrobras Dilma Rousseff não foi quebrado nem mesmo diante de instigantes palavras por mim utilizadas. Para o conhecimento de V. Exª., transcrevo o seguinte trecho de carta a ela dirigida e recebida na Casa Civil:

“Não é pelo sádico prazer de aporrinhar V.Exª. que volto, mais uma vez, à sua ilustre presença. Faço-o porque a arrogância e a prepotência de administradores públicos que imaginam estarem dispensados de prestar contas de seus atos à sociedade agridem a minha cidadania de maneira insuportável. V.Exª. há de convir que o caso que ora nos ocupa deveria – mesmo se fosse única e exclusivamente por mera questão de pudor – merecer um mínimo de atenção da alta administração da Petrobras. Afinal, o procedimento de seus administradores foi colocado sob suspeita de ter ocasionado um ato altamente lesivo ao interesse público”.

Ninguém, Excelência, ousará negar que uma das duas coisas aconteceu: 1 – as cartas recebidas na Casa Civil chegaram às mãos da então Presidenta do Conselho de Administração da Petrobras, e ela se omitiu vergonhosamente a respeito das gravíssimas denúncias de atos lesivos ao interesse público cometidos em área sob seu comando; 2 – as cartas recebidas na Casa Civil foram intencionalmente extraviadas para evitar a apuração de tráfico de influência envolvendo integrantes da Casa Civil.

Senhor Presidente, eu já havia desistido de falar sobre a Gemini com integrantes de seu governo, quando V. Exª., diante do escândalo envolvendo Erenice Guerra e familiares, ordenou a apuração de qualquer denúncia fundamentada relativa a tráfico de influência.

Considerando esse novo cenário, em 29 de setembro último, encaminhei a anexa carta ao Ministro da Justiça Luiz Paulo Barreto. Em tal carta, além juntar o artigo intitulado “Lula, tráfico de influência e Gemini”, e de sugerir que eu fosse intimado a falar sobre o caso na Polícia Federal, afirmei ao Ministro da Justiça de nosso país: “deixar de apurar os fatos denunciados no caso Gemini corresponde a descumprir – de maneira clara, patente e absoluta – a determinação do presidente Lula para apurar qualquer denúncia de tráfico de influência”.

Ponha, Presidente Lula, a autoridade de seu cargo a serviço da moralidade pública e ordene a imediata apuração de minhas denúncias contra essa danosa privatização de nosso gás natural liquefeito.

Uma palavra final: diante do acima relatado, são ridículas as acusações que a candidata Dilma Rousseff tem feito ao candidato Serra, afirmando que o mesmo era favorável à privatização de setores da Petrobras. Será, Presidente Lula, que Dilma nunca ouviu falar na Gemini, ou será que ela não considera essa sociedade uma perniciosa espécie de privatização?

Atenciosamente,

João Batista Pereira Vinhosa, ex-membro do Conselho Nacional do Petróleo

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Lula é outro que se perdeu por não pegar no batente

CQC, quem conhece sabe que eles não alizam, vejam !!!! Muito boa!!!!

Precisa escrever mais alguma coisa?!!

Texto de Marcelo Tas em seu blog.
Marcelo é jornalista, autor e diretor de TV. Entre suas obras destacam-se; participação na criação das séries "Rá-Tim-Bum", da TV Cultura e o "Programa Legal", na TV Globo.

Atualmente é âncora do CQC, editado pela TV Band ( www.band.com/cqc ).


Por não ser petista, sempre fui considerado "de direita" ou "tucano" pelos meus amigos do falecido Partido dos Trabalhadores.

Vejam, nunca fui "contra" o PT. Antes dessa fase arrogante mercadântica-genoínica, tinha respeito pelo partido e até cheguei a votar nos "cumpanheiro".
A produtora de televisão que ajudei a fundar no início da década de 80, a Olhar Eletrônico, fez o primeiro programa de TV do PT. Do qual aliás, eu não participei.

Desde o início, sempre tive diferenças intransponíveis com o Partido dos Trabalhadores. Vou citar duas.

Primeira: nunca engoli o comportamento homossexual dos petistas. Explico: assim como os viados, os petistas olham para quem não é petista com desdém e falam: deixa pra lá, um dia você assume e vira um dos nossos.

Segunda: o nome do partido. Por que "dos Trabalhadores"? Nunca entendi. Qual a intenção? Quem é ou não é "trabalhador"? Se o PT defende os interesses "dos Trabalhadores", os demais partidos defendem o interesse de quem? Dos vagabundos?

E o pior, em sua maioria, os dirigentes e fundadores do PT nunca trabalharam.
Pelo menos, quando eu os conheci, na década de 80, ninguém trabalhava. Como não eram eleitos para nada, o trabalho dos caras era ser "dirigentes do partido". Isso mesmo, basta conferir o currículum vitae deles.

Repare no choro do Zé Genuíno quando foi ejetado da presidência do partido. Depois de confessar seus pecadinhos, fez beicinho para a câmera e disse que no dia seguinte ia ter que descobrir quem era ele. Ia ter "que sobreviver" sem o partido. Isso é: procurar emprego. São palavras dele, não minhas.

Lula é outro que se perdeu por não pegar no batente por mais de 20, talvez 30 anos... Digam-me, qual foi a última vez, antes de virar presidente, que Luis Ignácio teve rotina de trabalhador? Só quando metalúrgico em São Bernardo. Num breve mandato de deputado, ele fugiu da raia. E voltou pro salarinho de dirigente de partido. Pra rotina mole de atirar pedra em vidraça.

Meus amigos petistas espumavam quando eu apontava esse pequeno detalhe no curriculum vitae do Lula. O herói-mor do Partido dos Trabalhadores não trabalhava!!!
Peço muita calma nessa hora. Sem nenhum revanchismo, analisem a enrascada em que nosso presidente se meteu e me respondam. Isso não é sintoma de quem estava há muito tempo sem malhar, acordar cedo e ir para o trabalho. Ou mesmo sem formar equipes e administrar os rumos de um pequeno negócio, como uma padaria ou de um mísero botequim?


Para mim, os vastos anos de férias na oposição, movidos a cachaça e conversa mole são a causa da presente crise. E não o cuecão cheio de dólares ou o Marcos Valério.
A preguiça histórica é o que justifica o surto psicótico em que vive nosso presidente e seu partido. É o que justifica essa ilusão em Paris...misturando champanhe com churrasco ao lado do presidente da França...outro que tá mais enrolado que espaguete.

Eu não torço pelo pior. Apesar de tudo, respeito e até apoio o esforço do Lula para passar isso tudo a limpo. Mesmo, de verdade.

Mas pelamordedeus, não me venham com essa história de que todo mundo é bandido, todo mundo rouba, todo mundo sonega, todo mundo tem caixa 2...

Vocês, do PT, foram escolhidos justamente porque um dia conseguiram convencer a maioria da população (eu sempre estive fora desse transe) de que vocês eram diferentes. Não me venham agora querer recomeçar o filme do início jogando todos na lama.
Eu trabalho desde os 15 anos. Nunca carreguei dinheiro em mala. Nunca fui amigo dessa gente.

Pra terminar uma sugestão para tirar o PT da crise. Juntem todos os "dirigentes", "conselheiros", "tesoureiros", "intelectuais" e demais cargos de palpiteiros da realidade numa grande plenária.
Juntos, todos, tomem um banho gelado, olhem-se no espelho, comprem o jornal, peguem os classificados e vão procurar um emprego para sentir a realidade brasileira.

Vai lhes fazer muito bem.
E quem sabe depois de alguns anos pegando no batente, vocês possam finalmente, fundar de verdade um partido de trabalhadores.